sábado, 15 de outubro de 2011


Por Vanir Junior

Marx descartava a idéia de igualdade devido à existência de classes sociais, sendo isto fruto do sistema econômico capitalista. Por isso, pleiteava o socialismo como modo de organização social. Marx se apropriou do conceito dialético – todo sistema tem em si sua contradição – proposto por Hegel, mas o adequou à sua própria linha de pensamento, a linha materialista (Materialismo Dialético). Ou seja, a vida material condiciona o social.

Para Marx, a base material é formada por forças produtivas (ferramentas, máquinas, e qualquer coisa que permita a produção de bens materiais) e por relações de produção (relação entre os donos dos meios de produção e os que possuem força de trabalho). Em outras palavras, a base da sociedade era a economia, sendo o trabalho o elemento fundamental da mesma (relações socioeconômicas – infraestrutura).

O Manifesto Comunista, que mostra tais idéias, foi escrito em 1848. Formulado por Marx e Engels, ele lançou as bases do socialismo científico. Pode-se dizer que Marx e Engels enfatizaram um antagonismo entre opressor e oprimido ao longo dos séculos, passando pela antiguidade, feudalismo, e idade contemporânea (modos de produção). Podemos citar como exemplo a formação do mundo burguês como antítese do feudalismo e seus resquícios, existentes até o fim do século XVIII.

E com a consolidação do capitalismo, situa a burguesia como a nova classe opressora, porque mesmo que ela tenha saído da antiga ordem feudal, rompendo com a monarquia absoluta e imposições religiosas, não aboliu os antagonismos de classe, mas estabeleceu novas classes e novas formas de opressão. A Mais Valia, por exemplo.
A nova divisão de classes se dá em dois campos opostos: burgueses (donos dos meios de produção) e proletariados (vendem sua força de trabalho). A obra faz uma grande crítica ao modo de produção capitalista e vê o proletariado como a classe capaz de se revoltar contra a situação de exploração, uma vez que se entendesse o contexto em que vivia (afinal, o capitalismo, para Marx, era alienante).

Haveria assim uma luta de classes com base no antagonismo entre dominadores e dominados. Essa revolta se daria através de uma revolução socialista. O poder passaria para o proletariado e haveria uma supressão da burguesia e suas instituições, como a família, a religião, a moral burguesa, a educação burguesa, etc.

Seria instaurada a ditadura do proletariado, com o controle temporário do Estado, havendo a socialização de todos os meios de produção, acabando com a propriedade privada. A etapa final seria o Comunismo, com o fim de todas as desigualdades, inclusive do próprio Estado.

Há também na obra uma abordagem que opõe o Comunismo ao Socialismo Reacionário. Assim, além de haver a crítica aos valores burgueses em geral, Marx tece uma crítica aos três tipos de socialismo da Época: Feudal, Pequeno-Burguês e Alemão. Estes socialismos nada mais eram do que uma forma das Elites conquistarem o povo, efetuando mudanças mínimas, para poderem continuar no poder, mantendo praticamente todo o conservadorismo social.

Vale destacar ainda a abordagem do Socialismo conservador ou burguês, em que a burguesia até buscou remediar os males sociais, mas apenas como uma forma de assegurar sua hegemonia, evitando assim conflitos com o proletariado. Outras abordagens foram a do socialismo e comunismo crítico-utópicos (Saint Simon, Fourier, Owen), que até chegaram a compreender o antagonismo social, mas, ao estabelecerem um ideal de sociedade, não encontraram formas de alcança-lo.

É possível concluir que Marx e Engels buscaram compreender a realidade social, analisando os mecanismos econômicos, sociais e políticos do modo capitalista e apontando formas para se alcançar revolução socialista proposta, focando a própria contradição capitalista, ou seja, o proletariado, sendo para eles a luta de classes o motor da história.

Referência Bibliográfica:

MARX, Karl. O Manifesto do Partido Comunista.

Sell, Carlos Eduardo. Capítulo II Karl Marx. in Sociologia Clássica. Editora Vozes, 2009.

Site da Imagem: http://hist8alfandega.blogspot.com/2010/05/karl-marx-socialismo-cientifico.html

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Por Vanir Junior
O Laboratório Interdisciplinar de Teoria da História Antiga e Medieval (LITHAM) da UFRuralRJ promove, nos dias 18, 19 e 20 de Outubro, o II Seminário de Representações, Poder e Práticas Discursivas. O evento ocorrerá no Instituto Multidisciplinar da Rural, em Nova Iguaçu e é aberto ao público interessado, sendo inteiramente grátis. Além de palestras com especialistas, como o Dr. Miguel Requena Jimenez, da Universidad de Valência e José D’Assunção Barros, da UFRuralRJ, haverá também diversas mesas de comunicações com participação de alunos pesquisadores da Rural. Vale à pena conferir. As atividades começam nos dias aqui já citados, a partir das 13:00h e a inscrição pode ser feita tanto pelo e-mail litham.ufrrj@gmail.com, entre 08 e 17/10, como presencialmente, a partir do dia 18/10, no próprio Campus Nova Iguaçu, sala 210 (Bloco Multimídia). Não perca esta grande oportunidade de expandir conhecimento histórico. Participe você também.
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